Quando o assunto é fotografia, a tecnologia tem permitido não apenas que as câmeras se tornem cada vez mais modernas e apresentem novas funções. Prova disso é que já há algum tempo os profissionais podem modificar o resultado do trabalho quando recorrem à manipulação de imagens. No entanto, para quem é do ramo, a premissa do “menos é mais” é levada em conta.

Isso porque, uma vez que se aprende a alterar as fotografias, é necessário ter atenção também ao objetivo do trabalho e à qualidade final, para que, com os efeitos utilizados, a imagem não perca a naturalidade e a originalidade.

Vamos entender melhor sobre o assunto? Leia os próximos tópicos!

O que é manipulação de imagem?

Para realmente compreender o que chamamos de manipulação de imagem, é preciso conceituar tratamento e edição. Afinal, mesmo que esses termos pareçam sinônimos, são apenas similares. Para um profissional, é importante saber em que cada um dos termos consiste a fim de segmentar seu trabalho e identificar quando cada um se faz necessário.

Comecemos pela edição. A edição de fotos, nada mais é que o processo de afunilamento, isto é, a fase de escolha. De maneira prática, ao realizar um ensaio fotográfico, o fotógrafo, com base no briefing do cliente, segue uma ideia. Na edição, ele vai selecionar as fotos que mais se aproximam desse combinado. Por isso, as referências são essenciais. Também é nelas que o cliente vai pensar quando receber o resultado.

O fotógrafo sempre deve explicar sobre essa parte, destacando que a quantidade de fotos nem sempre é o mais relevante, e sim a qualidade das imagens que serão entregues. E aqui já estamos falando sobre o tratamento, que tem mais a ver com o ajuste das cores. Hoje, a maioria dos smartphones conta com editores de fotos gratuitos, que permitem esse tratamento: corte, saturação, brilho, nivelamento etc.

Por fim, a manipulação está presente quando são feitas alterações mais específicas e “agressivas”, modificando radicalmente uma fotografia. Manipulações de imagem são vistas com facilidade em anúncios, outdoors, propagandas e também em fotos pessoais, com retoques no corpo (para emagrecer, por exemplo).

Se antes os fotógrafos investiam caro em softwares avançados para poder fazer esse trabalho, hoje, é possível conseguir um bom resultado por meio de aplicativos acessíveis até mesmo a quem não trabalha na área. Entretanto, essa “facilidade” tem provocado um debate sobre distorção de imagem e os efeitos disso sobre a autoestima e autoimagem.

Quais técnicas usar?

Para aqueles que atuam profissionalmente com a fotografia, é necessário ter um olho clínico e dominar boas técnicas, a fim de deixar o resultado natural ou condizente com a proposta — que nem sempre demanda naturalidade.

As técnicas usadas dependem do software que vai ser usado. Um dos mais conhecidos e até recomendados devido às inúmeras funcionalidades é o Adobe Photoshop. Ele é utilizado tanto por quem atua com fotografia quanto por ilustradores e designers.

Justamente por ser a ferramenta de trabalho principal de diversos profissionais, a empresa por trás do software está constantemente atualizando-o a fim de aprimorar suas funções e ampliar as possibilidades de manipulação da imagem. Veja a seguir algumas técnicas comuns.

Retoque de pele

No Photoshop há uma ferramenta chamada “pincel de retoque”, que serve para remover manchas, espinhas, rugas, sinais e quaisquer outros “defeitos” aparentes na pele. Depois de selecionar a imagem, é só clicar nessa ferramenta e optar por “ferramenta pincel de recuperação para manchas”.

Dá para modificar, inclusive, o tamanho do pincel, de acordo com o que vai ser alterado. Com a mesma finalidade, há o pincel automático (Ferramenta correção), possibilitando mudanças maiores. Lembre-se de que peles perfeitas não existem. Então, não é necessário remover todas as “imperfeições” para assegurar um bom trabalho.

Ajuste na iluminação

Mesmo sendo um tratamento simples, a iluminação também é uma função do Adobe Photoshop, com a vantagem de que, em geral, o resultado fica melhor, já que os softwares ou apps mais simples podem conferir um aspecto artificial, se o uso não for moderado.

Ao selecionar a imagem, você deve ir para o Controle de níveis, abrindo a janela de níveis. Essa janela é composta pelos tons da imagem, desde os mais baixos, como as sombras, até os mais altos, representados pelas partes claras. Movimentando o cursor, é possível conseguir equilibrar os tons, deixando a foto mais harmônica.

Sobreposição de camadas

Além das alterações mais simples, é comum que os profissionais utilizem outras imagens para criar grandes efeitos no Photoshop. Com experiência, é possível realizar trabalhos fantásticos e realistas, como muitos que vemos na TV e até no cinema.

Quando fazemos essas modificações na foto, agregando outras referências, são geradas camadas. O software permite mexer em cada uma, realizando mudanças diferentes, mas também ao mesmo tempo, economizando os passos de quem está realizando a atividade. Trata-se de uma técnica para facilitar e agilizar o trabalho.

Como equilibrar a manipulação da imagem com a essência da foto?

Um dos objetivos de um fotógrafo é satisfazer (ou exceder) as expectativas do cliente. Assim, se o trabalho exige manipulação, sua experiência com a atividade deve ser considerável, de modo que a entrega fique autêntica.

Quando não se tem tanta expertise, cabe uma análise de referências, que devem ser alinhadas com o próprio contratante. Ainda que o olhar do fotógrafo seja o profissional, a preferência e o gosto de quem contratou também são relevantes, principalmente quando se trata de um ensaio com tema específico.

Se você trabalha na área e deseja se especializar em manipulação, busque profissionais e instituições que sejam autoridade no assunto, com quem se identifique com o portfólio. É comum que, no início, os trabalhos não sejam excelentes, mas é a prática que treina o olhar para conservar a naturalidade, manter o bom gosto e construir confiança como fotógrafo.

Dominar técnicas de edição, tratamento e manipulação de imagens são essenciais para quem trabalha com fotografia. Exercer essas habilidades permite ampliar o portfólio e a cartela de clientes, além de criar a assinatura do profissional, diferenciando-o em meio a um concorrido mercado, que também se destaca através de detalhes como o estilo de produção e tratamento.

Mesmo que queira afunilar os trabalhos no futuro, vale a pena se aprofundar nas ferramentas disponíveis e se manter atualizado sobre as funções de programas como Photoshop e Lightroom. Além disso, invista em equipamentos de qualidade, pois eles também podem auxiliar a reduzir a quantidade de ajustes nas imagens registradas.

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