Latitude de exposição: entenda o que é o dynamic range na fotografia

Latitude de exposição, o Dynamic Range, é a capacidade da câmera de reproduzir na imagem as altas, médias e baixas luzes. O recurso facilita aprender a tirar boas fotos, observando as maneiras como a luz se organiza nas superfícies.

Dos tons mais claros aos mais escuros de uma fotografia, entender como manipular essas informações no momento da foto e na edição é uma solução para avançar na profissão.

Neste texto, que conta com a colaboração do youtuber e criador de conteúdo Marcello Barbusci, selecionamos os principais pontos aprender a usar a técnica. Assim, você saberá como escolher um bom equipamento e otimizar a seus recursos. Acompanhe!

Entenda o Dynamic Range

Fotos noturnas com altas diferenças de luz são ótimos exemplos para entender o Dynamic Range. A imagem no final de tarde, em uma cidade onde o sol se põe no mar, precisa de uma atenção redobrada. A área clara, que está em segundo plano, precisa equilibrar com o primeiro plano, do mar.

O resultado incrível seria conseguir captar as formas singulares com que a luz se organiza na água, criando volumes e um repertório de tons, do mais claro ao mais escuro. Nesse sentido, há dois caminhos para a reprodução da luzes na foto, oferecendo mais possibilidade de criatividade.

O primeiro é o conjunto de escolhas no momento da captura — influenciado por parâmetros como ISO, velocidade de obturação, lentes etc. A outra forma, é no processo de edição. Entre essas duas escolhas, há a capacidade do sensor da câmera.

Ainda sobre o exemplo da foto do pôr do sol na praia, se você capturou mais cores brancas que cores escuras, então, será necessário clarear mais sombras. Dessa forma, os detalhes da região mais escura, o mar, são mostrados, fortalecendo o aspecto profissional da sua imagem.

Há sensores de câmera que dificultam a manipulação da foto no momento da edição, sem perder a qualidade. Nesses casos, a imagem adquire ruído quando seus níveis de exposição são editados, isto é, o aumento ou a diminuição da quantidade de luz.

Definição de Dynamic Range pelo especialista

Barbusci conta sobre a importância de entender a latitude de exposição como um recurso do sensor da câmera em registrar, na mesma cena, zonas claras e escuras.

“Você está olhando para uma cena em que o céu está com o tom laranja, é um pôr do sol. Junto dessa imagem, você tem os prédios que estão contra o sol, ou seja, estão menos iluminados, mas nem por isso o nosso olho deixa de perceber as janelas e sua fachada”, exemplifica Barbusci.

Ele explica que nas câmeras com pouca latitude de exposição, os prédios estarão apenas visíveis em sua silhueta, pois a luz do sol é muito mais forte. Agora, se a câmera tiver boa latitude de exposição, ela vai permitir a condição de registrar os detalhes.

“O olho humano tem um Dynamic Range capaz de identificar altas, médias e baixas luzes próximo dos 24 a 30 stops. Para se ter uma ideia, as câmeras com melhores condições em Dynamic Range, não chegam a 20 stops”, esclarece o YouTuber e criador de conteúdo.

Aprenda a usar a latitude de exposição

Para o uso correto do Dynamic Range, é necessário acertar no balanço de branco da câmera. Para quem não se lembra, as luzes têm uma variedade de temperaturas, e isso influencia as cores que vemos no objeto em que a luz incide.

“Se colocarmos uma luz de temperatura fria aplicada sobre um objeto, algo em torno dos 6.500K, ele naturalmente terá uma tonalidade mais azulada. Se fizermos o inverso, colocando uma luz de temperatura mais quente, algo em torno dos 2.700K, esse mesmo objeto vai ter um tom mais laranja”, explica Barbusci.

Se a capacidade de distinção da luz não for bem percebida pela câmera, o resultado é menos satisfatório e com maior trabalho na pós-edição. “Trabalhe muito bem no white balance da sua câmera para poder usufruir de todo o seu potencial, inclusive, na percepção do Dynamic Range, já que ele estará trabalhando em cima de algo correto quanto a iluminação”, complementa Barbusci.

É preciso ter atenção à exposição de luz que facilite o equilíbrio entre as altas e baixas iluminações. Para conseguir isso, escolha um ponto médio entre os tons. Saber trabalhar a melhor exposição sobre a imagem que será registrada é o que vai fazer a diferença entre ter uma foto clara e satisfatória, visualmente, e uma foto escura demais, subexposta, ou uma foto clara demais, superexposta.

“Uma forma de conseguir trabalhar isso é verificar o marcador de exposição e compensar isso abrindo ou fechando o diafragma da sua lente, variando a velocidade do obturador ou mudando o número do ISO”, orienta Barbusci.

Saiba como escolher um bom equipamento

Um erro que muitas pessoas cometem ao comprar um equipamento é deixar de lado a capacidade de conversão dos dados do sensor para o computador. Na verdade, um dos maiores desafios da fotografia digital é, justamente, a preservação de toda a informação capturada pela imagem.

Não à toa, há quem considere os resultados com câmera analógicas superiores e, por isso, trabalhe com os dois tipos de equipamentos. Em relação ao Dynamic Range, é preciso observar o número de stops, isto é, a capacidade máxima do equipamento de reproduzir detalhes nas altas, médias e baixas luzes.

Para isso, veja as características da câmera. Se ela oferecer diferentes opções de uso (variação de ISO, velocidade de obturação, capacidade de processamento), mais detalhes são possíveis para a imagem.

Latitude de exposição bem aplicada pode deixar as suas fotos mais profissionais. Neste texto, você percebeu que o equilíbrio das faixas de luzes altas, médias e baixas é um dos segredos para fotografias bem detalhadas. Por isso, invista em uma boa câmera e continue se atualizando sobre especificações técnicas. Afinal, bons profissionais são, antes de tudo, bons estudantes.

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